segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Um pouquinho de Pedro





Uma manhã Pedro de sete anos acorda, mais um dia normal, levanta-se e se arruma para mais um dia de aula. Mas algo esta errado, sente que falta algo, dirige-se ao quarto de seus pais e não os encontra. Na sala se depara com seu Pai segurando uma carta nas mãos. Ele enxuga as lágrimas olha em meus olhos e diz, agora somos nós você eu e José. José de dezoito anos é meu irmão mais velho e já havia saído para faculdade. Chegando o fim da tarde, meu Pai nos reuniu e disse:
Agora somos nós, venham comigo, vou lhes mostrar umas coisas, meus filhos aqui fica o tanque, assim era chamado o local onde se lava roupas, aqui é a pia da cozinha. Agora vai ser assim tarefas distribuídas e seremos nós por nós mesmos. Sem entender pergunto ao meu Pai, mas onde esta a mamãe?
Que mãe, vocês agora não tem mais mãe, ela se foi, nos deixou. Eu fiquei ali sem entender, mas via em meu irmão a raiva, a inconformidade, a mágoa...
Assim fomos vivendo, sob uma educação rígida, estudando, saía correndo da escola sob as pinguelas dos riachos, antes do apito da fábrica, tinha que chegar a tempo de esquentar o almoço do meu pai, lavar a louça enfim fazer as tarefas da casa, para depois fazer os deveres escolares, e se sobrasse tempo ir para rua brincar. Meu irmão na faculdade, agora já tendo de trabalhar para manter seus estudos, e suas vestimentas sem contar nas baladas.
Passaram três anos, e quem aparece do nada?
Uma senhora cheia de presentes, toda maquiada e um taxi a espera.
Ao mesmo tempo em que fiquei feliz senti a tristeza por ver nos olhos de meu irmão a amargura por ela nos ter abandonado.
Depois de muito discutir, aquela senhora adentrou naquele taxi com todos seus presentes, e só me lembro de vê-lo virar a esquina.
Completando meus onze anos, pedi ao meu pai que me deixasse trabalhar, comecei em uma oficina mecânica, onde fui aprendiz, mas queria mais...
Aos quatorze comecei a investir no meu futuro, ralei como Office boy, vendedor de loja, mas sempre estudando, cheguei à gerente de uma grande rede de loja, ralei dia e noite, até chegar aonde cheguei, foram dias andando de coletivo. Muitas vezes sem um tostão sequer, andava km a pé, pois havia trocado meu vale transporte por uma coxinha. Afinal boy também é gente!
Agora tenho meus sonhos realizados, mas com muita luta, caímos como qualquer ser humano, mas com a vantagem de saber lutar, de conhecer a vida, e de ter amigos ali.
Hoje tenho por meu pai, aliás, nem sei se chamo de pai ou de mãe, um profundo respeito, pois me deu carinho, caráter, brio e aonde vou, sou respeitado, porque sempre me ensinou que é melhor ser visto como um homem do que como um canalha, hoje ninguém da minha família gosta de sair comigo, não porque seja uma má pessoa, pelo contrário. Se tiver um compromisso tenho de sair um bom tempo antes, pois a cada esquina tenho um sorriso ou um cumprimento sincero. Isto é gratificante, quando um amigo, um parente ou um vizinho está em apuros, na hora lembram-se de mim, se tem uma festa é a mesma coisa. As pessoas me perguntam como consegue ser assim?
Respondo do fundo do meu coração, é mais fácil sorrir e ser feliz do que ser infeliz!
By Bruxo

3 comentários:

  1. Nossaaa, esse menino Pedro foi mas esperto que o Irmão dele.Guardar rancor faz as pessoas adoecerem...e com tantas difilcudades, ele conseguiu absorver somente as coisas boas.Isso me lembrou a perseverança de um homem, chamado Josef Climbler apresentado no programa do Jô Soares. "Podemos fazer tudo que quisermos se formos perseverantes."

    Beijos

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  2. kkkkkkkkkkkkk, mas não vale ser um peso de papel...kkkkkkkkkkkk

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  3. Bem...qlq um desistiria, mas ele não....kkkkkkkkk

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