segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Rosas com Amor


Hoje levei-te uma rosa.
Sei que já não vale de muito, ou de nada. Mas sempre gostaste de flores e por isso sempre as ofereci.
Dizias que as flores e as mulheres eram as obras primas de Deus. Eu acreditava. Acreditava porque sempre me falaste nas coisas importantes sem mentiras, sempre me disseste até as coisas que me custavam ouvir. Mas por amor, nunca me magoaste.
E as palavras ficam para sempre, não as esqueci.
É por ti que não temo o futuro. Por me teres dado a força e a coragem de seguir a vida por mais terrível que tenha sido a nossa dor.
Por vezes é mesmo preciso deixar de ver para sentirmos que alguém nos faz falta. E tu fazes, tanta!
E não há um dia em que não lembre o porquê do meu nome, que me deste com uma razão, com um sentido. E não há um único dia que não lembre de ti.
Nenhuma lágrima que derramo por ti é em vão, nenhuma. E custa-me sempre falar sobre a mulher que foste e que és, porque dá aquele nó na garganta que se transforma em lágrimas por raiva da vida te ter levado. Por dor de não te ter por perto, por não ter o teu riso que juntavas ao meu por não ter as tuas palavras que sempre me apaziguavam o peito.
Sempre me falavas por parábolas. Recordo-me de me dizeres que, quando conduzimos o nosso pequeno barquinho em mar calmo, em vez de confiarmos, devemos ficar alerta. É nesses momentos de mansidão que mais facilmente perdemos o norte. E tinhas razão, como sempre. E ao longo dos anos, tenho perdido várias vezes o meu rumo.
Tu eras o meu verdadeiro norte.
É por isso que me orgulho de ser teu filho, de ter tido como mãe uma mulher como tu.
Neste instante em que te escrevo, as lágrimas deslizam num rosto e caem num peito cansado por estar tão vazio de ti!
Continua aqui perto. Não deixes que o teu rosto vá perdendo os contornos, não deixes que da minha memória se esbata a tua presença, a tua voz. Ainda recordo o teu cheiro.
Ainda imagino que a qualquer instante te possa ver outra vez.
Tenho saudades. A saudade não se explica.
Não te vejo, não te ouço e sinto-te.
Ilumina o meu caminho é por te sentir tão perto que nunca me sinto verdadeiramente só.

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