sexta-feira, 2 de outubro de 2009


Como disse Clarice, a mulher prossegue sem se conhecer...pois todo aquele movimento feminista não deu às mulheres a autonomia mais necessária de todas que é a libertação das pendências e dependências emocionais que fazem com que até a mais bem sucedida das mulheres sofra por determinados “amores”. São várias as chagas da deusa ferida e cabe a cada mulher a tarefa de reconhecê-las e curá-las. As deusas são atributos femininos riquíssimos de significado, porém, muitas vezes, para que esses atributos fluam positivamente em nós torna-se necessária uma viagem interior, visitando as faces dessas deusas, reconhecendo quais foram feridas em algum momento de nossa vida, quais não foram feridas mas estão de certa forma “reverberando” alguma ferida familiar e ainda estão vivendo um padrão negativo – a sombra, à espera de resgate e salvamento. E o que acaba acontecendo com muitas mulheres desavisadas por aí afora? Uma espécie de cura ao contrário, a mulher atrai um parceiro perfeito para toda a sua “inhaca interna”, ele ativa e alimenta suas sombras, seus medos, e suas deusas doentes são ativadas...e a mulher começa a ser magoada e sofrer e não consegue entender porque sempre isso, não reconhece que está alimentando um câncer emocional, muitas vezes perdendo a noção de limite e tentando fazer aquilo dar certo, num verdadeiro massacre interior... Saber de suas sombras é o primeiro passo para sair do círculo vicioso...reconhecer uma Atena ferida que tem medo de lidar com seus sentimentos e sua sexualidade e que vive só o racional da vida, muitas vezes escondendo-se atrás de um papel profissional...reconhecer a chaga de uma Hera, que vive um pretenso casamento perfeito, mas delega o poder pessoal ao marido e vive a vida dele como se fosse a sua...até ser traída...e depois ainda recusa-se a perder o papel de esposa, convivendo com as traições de Zeus...reconhecer uma Deméter ferida, aquela que vive só para os filhos e que faz até do marido um filho, depois ressente-se quando estes crescem e vão embora, aquela que nutre toda a família, mas não busca sua auto-realização, sendo ela própria a maior carente da relação.

Achei pela net e decidi postar

2 comentários:

  1. A escritora Clarice Lispector certa vez disse que “a mulher não tá sabendo, mas ela tá cumprindo uma coragem. A coragem da mulher é a de não se conhecendo, no entanto prosseguir, e agir sem se conhecer exige coragem”. A mulher paga um altíssimo “preço emocional” por causa desse prosseguir, sem buscar a raiz de seus medos, sem curar seus traumas e bloqueios e, muitas vezes, a mulher limita setores importantes da vida em função, justamente, das limitações do seu próprio “eu”, como, por exemplo, os setores profissional e amoroso.

    Seu texto cada dia mais esplêndido...
    Beijos meu poeta!

    ResponderExcluir
  2. Os relacionamentos amorosos são sempre tão complicados, sempre achamos que para amar precisamos estar junto da pessoa amada, somos carentes de companhia, por isso tornamos as coisas tao complicadas.Hj eu sei que para amar,eu não preciso ter a pessoa que amo ao meu lado, eu não preciso ser completada, eu não preciso achar a tampa da minha panela...eu só preciso saber conviver comigo mesma...é por aí...estou tentando!

    Eu não quero entrar nesse circulo vicioso, vc quer?

    Beijos meus.

    ResponderExcluir